sábado, 2 de julho de 2011

sem nexo

Incomum e angustiante estes dias

Sem a fonte de tanto temor não me sinto tão fraca

Posso com pouco esforço sentir o cheiro da tua fala

E você ainda nem está do meu lado!

Contudo me sinto vazia

A vírgula que separa o teu modo de vida com meu jeito de ser

Tem tão grande audácia que me torna distante, milhares de milhas de onde queria estar

E é na remota fúria das ações que descubro que não há justificativa pra quase nada que fizemos

Houve um tempo, onde nada me perturbava

Criava canções em meio ao caos, suscitava palavras no incerto da duvida

E neste monologo de pensamentos, descobri que me deslumbrava com o acaso.

Nada alcançara então, a veloz e sentimentaloide criatura que eu inventara ali

Tampouco ofuscar algum de meus pensamentos estanques

De maneira efêmera as mascaras foram caindo

e a fixação por algo novo surgia cada vez mais exigente

Porem mesmo debaixo de tanta obscuridade e mascaras

Nada antecipou, nem mesmo me tornei melhor com tanta sujeição

Nem mesmo entendi como consegui me livrar de algo que eu não entendia

A poucos dias tive um breve contato com o que eu era

E pela primeira vez não me senti triste

Foi uma lembrança branda e agradável deste passado tórrido

A musica ainda tocava baixo

E a meia luz a nostalgia que aspirava foi aos poucos tomando conta de uma parte de mim

Procurei as palavras certas ,mas errei

De repente já não faz mais sentido tanta distinção

Nada faz sentido diante da enorme insignificância que criamos

O que ouço não sai da sua boca

São suas mãos que falam e diante desse protesto de palavras mal ditas

Consigo ver o dia indo embora e você com ele

Os sons vão diminuindo e a falsa impressão de certeza diminui também

E quando tudo voltar a funcionar bem

Você estará aqui novamente!